Num pronunciamento realizado na Tribuna da Assembleia
Legislativa de São Paulo, o deputado estadual Pedro Bigardi denunciou que a
especulação imobiliária e o crescimento desordenado de Jundiaí continuam
interferindo drasticamente na preservação da Serra do Japi. O maior exemplo
disso, segundo Bigardi, é a triste informação da morte da onça Anhanguera, após
um novo atropelamento.
“A especulação imobiliária está chegando cada vez mais
próximo à Serra do Japi e isso tem afetado diretamente em sua fauna e flora.
Prova disso é o caso da onça Anhanguera que em 2009 foi atropelada na rodovia
Anhanguera, após tratamento na Ong Mata Ciliar foi devolvida ao seu habitat,
mas infelizmente foi atropelada novamente e não resistiu aos ferimentos”,
afirmou o deputado.
Em 2009, onça-parda foi resgatada após atropelamento na rodovia Anhanguera: atropelada novamente, animal não resistiu |
O animal ficou conhecido internacionalmente após ter sido
resgatado na rodovia Anhanguera, em setembro de 2009. Atropelado e ferido, o
macho de onça-parda foi capturado e levado para a ONG Mata Ciliar. Depois de
recuperado, foi solto no início do ano passado para se readaptar à vida
selvagem na Serra do Japi.
Para garantir o sucesso na operação, a onça recebeu um colar
de radiofrequência acoplado a um microchip para monitoramento dos passos. “Há
20 dias, o animal foi encontrado morto no canteiro central da rodovia dos
Bandeirantes. Este caso da onça Anhanguera é um exemplo do impacto negativo do
crescimento imobiliário frente ao meio ambiente”, lembrou Bigardi.
Engenheiro civil e professor de Planejamento Ambiental, o
deputado Pedro Bigardi trabalhou como servidor público municipal por mais de 20
anos. Na Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, ele ajudou, inclusive, na
criação da Reserva Biológica Municipal.
“O crescimento desordenado da cidade prejudica a todos e põe
em risco a preservação da Serra do Japi. Como vimos recentemente na denúncia
feita pelo jornal O Estado de São Paulo, alguns grupos econômicos já se
preparam inclusive para construir hotéis e condomínios na Serra”, comentou.
Outro problema está relacionado à depredação e mau uso das
áreas de preservação, que afetam diretamente a fauna e flora existentes na
região – considerada prioridade máxima para preservação por meio de estudos
realizados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Veja o vídeo da captura da Anhanguera, em 2009:
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