terça-feira, 30 de novembro de 2010

Caminhão autotanque conquistado por Bigardi para os Bombeiros de Jundiaí chega em fevereiro

Bigardi recebe homenagem das mãos do com. Bianchini
O comando do 19º Grupamento de Bombeiros (GB), sediado em Jundiaí, anunciou nesta terça-feira (30) que a entrega do caminhão autotanque conquistado pelo deputado estadual Pedro Bigardi deve acontecer em fevereiro do ano que vem. O veículo, orçado em R$ 350 mil e que servirá toda a região, foi conseguido por meio de uma emenda parlamentar de Bigardi apresentada na Assembleia Legislativa.

A informação foi dada pelo tenente-coronel Flávio José Bianchini, comandante do 19º GB, durante a solenidade de entrega do diploma ‘Amigo do Bombeiro’. O evento, realizado no Parque Comendador Antonio Carbonari, em Jundiaí, marcou também o aniversário de 2 anos do grupamento jundiaiense.

Foi o próprio comandante quem entregou a honraria a Pedro Bigardi. A homenagem é dedicada àqueles que se destacaram no interesse e dedicação ao desenvolvimento dos serviços prestados pelos bombeiros. “Além das viaturas que estão sendo apresentadas neste evento e que reforçarão o atendimento na região, em fevereiro do ano que vem também receberemos um caminhão autotanque, conseguido por meio do deputado estadual Pedro Bigardi na Assembleia Legislativa”, reforçou Bianchini.

Solenidade também marcou aniversário de 
2 anos do 19º Grupamento de Bombeiros
Com uma emenda parlamentar de R$ 350 mil encaminhada em 2009, o deputado garantiu a compra do veículo neste ano. “O único caminhão deste tipo existente no Corpo de Bombeiros de Jundiaí está em operação há muitos anos. O trabalho desses homens é brilhante e reconhecido por toda população, mas novos investimentos são necessários devido ao crescimento da região”, lembrou Bigardi.

Centenário
No ano passado, na Praça da Sé, em São Paulo, o deputado foi homenageado na comemoração dos 130 anos de fundação do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Ele recebeu a Medalha do Centenário, considerada uma das mais altas honrarias da instituição.

Pedro Bigardi reforça apoio ao combate da venda ilegal de gás de cozinha no Estado

Bigardi na mesa composta por autoridades 
que coordenaram o encontro em Campinas
Erradicar o comércio irregular de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o popular gás de cozinha, foi a principal bandeira defendida nesta segunda-feira (29) pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), durante evento realizado em Campinas. Pedro Bigardi foi o único deputado estadual convidado para participar da reunião.

“Fiquei durante um ano e quatro meses na Assembleia e participei de debates a respeito deste tema. Assumo um novo mandato em março do ano que vem e já me comprometo a dar continuidade a este trabalho”, ressaltou Bigardi, para uma plateia de pelo menos 300 pessoas – formada por proprietários e representantes de distribuidoras de gás da região de Campinas.

Vendido de maneira irregular, de acordo com a ANP, o botijão de gás pode colocar em risco a segurança da população e gerar concorrência desleal com as empresas legalizadas. Por isso, desde setembro deste ano, a agência reguladora colocou em prática o ‘Programa Gás Legal’.

Comitês
Uma das ações do programa é o Comitê Nacional de Erradicação do Comércio Irregular de GLP. Existem ainda outros sete comitês regionais e um deles está instalado em Campinas. “O dono do mercadinho às vezes não sabe que precisa da autorização da ANP para vender o botijão. As nossas multas são muito altas, começam em R$ 20 mil para os que não têm autorização. Vamos fazer um trabalho de esclarecimento para que esses comerciantes se legalizem”, destacou Oiama Paganini Guerra, superintendente adjunto de Fiscalização do Abastecimento da ANP.

Somente no Estado de São Paulo, existem pouco mais de 8 mil revendas autorizadas de botijões de gás. Os paulistas, aliás, são responsáveis pelo maior número de locais de comercialização de GLP no País – no total, existem 38 mil revendas no território nacional.

Confirmada a irregularidade durante a fiscalização, serão realizados os autos de infração e interdição, além da comunicação a órgãos como o Ministério Público Estadual, as distribuidoras de gás, postos revendedores, secretarias da Fazenda e sindicatos de classe. Para mais informações, basta acessar www.anp.gov.br.

Deputado Bigardi propõe criação do Fórum Permanente de Política e Esporte no Estado

Ao lado de Gustavo Borges (esquerda), 
Bigardi participa de encontro
Discutir a introdução da política esportiva no Estado e a maior participação do Governo de São Paulo no incentivo à formação de atletas e investimento nas modalidades esportivas. Estas foram as ideias apresentadas pelo deputado estadual Pedro Bigardi durante a reunião desta segunda-feira (29) com dirigentes do Sindicato dos Clubes do Estado de São Paulo (Sindiclube) e representantes de agremiações, autoridades e esportistas.

O encontro aconteceu em um restaurante na Capital e teve como objetivo discutir a participação dos clubes paulistas na formulação de ideias, ações e gestões para a preparação dos Jogos Olímpicos de 2016, que acontecem no Rio de Janeiro.

O nadador Gustavo Borges, medalhista e participante de quatro edições dos Jogos Olímpicos pelo Brasil, também participou da reunião. O secretário de Esportes de São Paulo, Walter Feldman, participou por pouco tempo do debate e deixou o local sob justificativa de que tinha outro compromisso.

De acordo com Bigardi, que fez parte da Comissão de Esporte e Turismo da Assembleia Legislativa, o Estado investe muito pouco nesta área. “A política em relação à prática esportiva em São Paulo ainda é muito tímida. Somente 0,1% do orçamento do Estado é utilizado para o esporte”, apontou. “Por isso proponho a criação do Fórum Permanente de Política e Esporte. Só assim poderemos interferir mais nestas questões”.

Regulamentação
O deputado lembrou ainda da lei criada por ele ano passado, responsável por destinar recursos do programa Nota Fiscal Paulista para entidades culturais e esportivas em todo o Estado. “Fiz o projeto, conseguimos a aprovação na Assembleia e a sanção do Governo, mas até agora ela não foi regulamentada”, criticou Bigardi.

O presidente do Sindiclube, Cezar Roberto Leão Granieri, o Betinho, também sugeriu a produção de um documento com sugestões para ser entregue aos presidentes de clubes do Estado.

domingo, 28 de novembro de 2010

Deputado estadual Pedro Bigardi concede entrevista ao "Jornal de Jundiaí"

Pedro Bigardi fala sobre os seus projetos
para o próximo mandato parlamentar
Anos de militância petista deram ao deputado estadual eleito Pedro Bigardi (PCdoB) uma postura mais reflexiva ao seu mandato. Ele reconhece a importância que um deputado estadual tem para a Região, mas também não quer perder a oportunidade de legislar sobre assuntos pertinentes ao Estado.


Aproveitando os anos de experiência como engenheiro civil na área de Planejamento, Bigardi está preocupado com os inúmeros empreendimentos imobiliários lançados em Jundiaí e o reflexo para a mobilidade urbana de toda a Região. Como autor do projeto de lei da criação do Parque Estadual da Serra do Japi, Bigardi acredita que o parque é a única forma de se manter vivo o ecossistema que engloba quatro cidades da Região.


No PCdoB desde 2007, Bigardi afirma que não ficou magoado com o PT de Jundiaí e que sua saída foi resultado de um processo de desgaste da eleição de 2006. "Muitos petistas jundiaienses não quiseram apoiar minha candidatura. Por isso, senti que não havia mais espaço para mim no partido." O relacionamento, entretanto, com o PT estadual parece não ser tão amistoso, já que a legenda foi a responsável pela cassação de seu mandato anterior como deputado por infidelidade partidária.


Sem aparentar mágoas, Bigardi continua mantendo uma rotina que inclui passeio com seu cachorro, idas ao Mercadão da Vila Arens e caminhadas pela cidade. Foi um ativo militante pró-campanha de Dilma Rousseff e vai continuar na oposição aos governos estadual e municipal. Para ele, falar sobre eleições municipais daqui a dois anos é muito cedo. Mas sua tese é de que quanto mais candidatos houver, melhor para a cidade. Nesta entrevista, concedida em seu escritório na rua Zuferey, em Jundiaí, Bigardi falou sobre seus projetos:


Jornal de Jundiaí - Como será sua rotina na Assembleia?
Pedro Bigardi: Trabalho na Assembleia de terça a quinta-feira, mas vou e volto todos os dias. Na segunda e sexta-feira, fico em Jundiaí. No meu mandato anterior, eu era o único deputado do PCdoB e, por isso, acabava viajando mais. Agora, dividirei esta incumbência com a Leci Brandão, então quero me concentrar nas demandas regionais. E continuarei a dar aulas de Planejamento Ambiental, no Unianchieta, na segunda-feira à noite.


JJ - Quais dos seus projetos você quer manter?
Bigardi: Quando deputado, criei a Frente Parlamentar de Logística e pretendo retomá-la, pois entendo que a mobilidade urbana é o maior desafio para as cidades brasileiras. Veja o que acontece com Jundiaí. Tínhamos uma boa estrutura, nível de serviços adequado e um trânsito que sempre fluiu. Atualmente, graças aos novos empreendimentos imobiliários, já estamos vivendo um caos. É preciso agir imediatamente, pois há um exagero nos lançamentos imobiliários.


JJ - E como podemos barrar este crescimento?
Bigardi: O Plano Diretor é a melhor ferramenta que temos para ajustar este crescimento. Jundiaí foi referência em planejamento urbano na década de 1960, mas agora não consegue mais gerir os problemas que estão chegando. Passo, às vezes, por cruzamentos viários que me dão vontade de chorar. Quem está pensando no planejamento da cidade? Ao mesmo tempo, estão jogando as pessoas para bairros mais afastados, sem que haja infraestrutura adequada para tanto. Jundiaí corre um sério risco e quando você faz esta crítica as pessoas dizem que você não gosta de sua cidade. É claro que eu gosto, pois nasci aqui. Mas qual o vínculo que este cidadão, que trabalha em São Paulo, vai trazer para a cidade? A especulação imobiliária só serve para quem não é daqui e para quem está interessado em acumular bens.


JJ - Como está o processo da criação da Aglomeração Urbana?
Bigardi: Atrasado uns 15 anos, pelo menos. Há uma proposta em andamento na Assembleia, embora alguns acreditem que a propositura tenha de sair do Executivo. Não podemos mais nos perder nesta burocracia e as cidades da Região têm de se unir para encontrar uma solução conjunta para seus problemas. Com a aglomeração, é possível melhorar os investimentos federais na Região.


JJ - Você vai insistir na criação do Parque Estadual da Serra do Japi?
Bigardi: Sim. A Comissão de Justiça já aprovou a proposta. Como houve a criação de dois parques estaduais pela Assembleia, vou até o fim com minha proposta. Se o governo estadual quiser, ele pode transformá-lo em projeto dele, sem problema. Estou plenamente convicto que não há como preservar a Serra do Japi com a presença de proprietários particulares ali. Não há fiscalização suficiente e há atividades irregulares na Serra. Por isso, acredito que o Estado deva assumir esta responsabilidade, juntamente com os conselhos gestores das prefeituras. O Estado pode ser competente e pode sim administrar os parques.


JJ - Quais são os seus outros projetos em trâmite?
Bigardi: Fiz um projeto para que os idosos com mais de 60 anos não paguem passagem nos trens metropolitanos. Isto está previsto na Lei do Idoso, mas precisa virar lei estadual. Fiz também um projeto que destina 50% do pré-sal para um fundo de educação, ciência e tecnologia. Espero suscitar um debate muito grande sobre o assunto. E tenho uma lei aprovada, que falta regulamentar, para destinação da Nota Fiscal Paulista pra entidades culturais e esportivas.


JJ - O deputado estadual corre o risco de não legislar para o Estado e atender somente a pequenas demandas regionais?
Bigardi: É sempre um risco que a gente corre. Ficar só no casuísmo e se esquecer de legislar.


JJ - Como pretende utilizar a verba da emenda parlamentar?
Bigardi: Tenho enviado recursos para entidades filantrópicas e analiso que é uma boa forma de encaminhar estes recursos - que devem passar de R$ 2 milhões por ano. Ao enviar diretamente para as entidades, não caímos em jogos políticos. Enviei recursos para a cobertura de quadras esportivas no Cecap, na Vila Nambi e Jd. Esplanada, mas até agora não foram utilizados, por falta de documentação da Prefeitura. Enviei também recursos para o projeto de ciclovia, que não foi utilizado. A Associação Mata Ciliar irá receber também um veículo adaptado para a captura de animais.


JJ - Quais os outros recursos que você pode utilizar?
Bigardi: Posso propor emendas ao orçamento. Através delas, posso adquirir veículos, ambulâncias, etc. Agora, após minha eleição, tenho visitado todas as Câmaras e Prefeituras da Região para perguntar aos prefeitos o que podemos fazer por eles. Quais os recursos que poderemos trazer?


JJ - Como você lida com as discrepâncias da Região? Há cidades ricas e miséria na periferia das cidades suburbanas.
Bigardi: O Estado de São Paulo é muito rico, mas possui uma miséria muito próxima a todos nós. A regionalização do orçamento estadual ajuda a cobrir estas discrepâncias. Temos uma carência regional muito grande na área de Saúde e, mesmo com os investimentos anunciados, precisamos ficar de olho no saneamento básico, principalmente no tratamento de esgoto.


JJ - Quais outras ações que você deverá intensificar?
Bigardi: Quero ficar em cima da aplicação dos recursos na Casa de Saúde Dr. Domingos Anastasio (futuro Hospital Regional) e vou intensificar minhas cobranças ao Estado para a construção de uma nova sede para o IML (Instituto Médico Legal). Este, do jeito que está, é uma vergonha.


JJ - Como será compor a bancada de oposição ao governador Geraldo Alckmin?
Bigardi: Nesta eleição, a bancada da oposição na Assembleia aumentou. Seremos 27 da oposição contra 67 da situação. Se o Kassab for para o PMDB, o DEM vai com ele e daí a mudança ao quadro político da Assembleia e o Alckmin poderá sofrer oposição. Teremos, também, a eleição da Mesa Diretora e da presidência da Assembleia. Neste processo, sempre há espaço para negociação.


JJ - Como você vê o projeto do TAV (trem-bala)?
Bigardi: Acredito que o projeto vá trazer uma substituição de transporte nos aeroportos. Pode ser uma boa opção para o turismo. Nossa visão do projeto, por enquanto, é bem superficial. Precisamos analisá-lo melhor. Não é tão simples descartá-lo sem maiores análises.


JJ - E quais são as alternativas para a área do transporte no Estado?
Bigardi: Nós temos um metrô defasado, assim com um sistema de trens que não anda. Precisamos investir mais nestas alternativas, usando inclusive parcerias público-privadas.


JJ - Como você vê o momento político atual?
Bigardi: Os partidos políticos terão que se rever. Nosso processo de democracia é recente e isto é muito natural. Há um esgotamento do modelo político, o jovem está muito pouco interessado. Por isso, acredito que iremos descobrir uma nova forma de se fazer política.


JJ - Você é candidato a prefeito em 2012?
Bigardi: Esta é a pergunta que mais escuto pelas ruas da cidade. E eu acho isto natural. Entretanto, ainda é muito cedo para falar sobre meu futuro político. É muito difícil fazer uma avaliação agora porque nós nem sabemos como estarão os partidos políticos em nossa cidade. Gostaria que tivéssemos muitos candidatos, que os partidos demonstrassem suas posições. Por enquanto, posso lhe garantir que não penso nisto. É meu primeiro mandato eleito e quero cumpri-lo integralmente. 2012 está muito distante. E eu estou muito feliz com o meu partido, o PCdoB, que é de uma linha política que eu acredito. Estou muito tranquilo nele.


ARIADNE GATTOLINI, para o "Jornal de Jundiaí"

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Pedro Bigardi participa de recepção aos novos deputados

Bigardi e Barros Munhoz, presidente da Assembleia
O deputado estadual Pedro Bigardi participou quinta-feira à noite (25), na Assembleia Legislativa do Estado, de uma confraternização aos novos parlamentares eleitos em outubro. O encontro promovido pelo presidente Barros Munhoz teve como objetivo dar as boas-vindas aos futuros integrantes da Assembleia. A diplomação dos eleitos acontece no próximo dia 17 e a posse dos deputados está marcada para o dia 15 de março de 2011.

Em pouco mais de um ano como deputado (era suplente e assumiu a cadeira em 2009), Bigardi conquistou R$ 3 milhões em verbas para Jundiaí e região. “Este retorno à Assembleia após uma expressiva votação nas urnas me dá a oportunidade de dar sequência nos projetos de lei apresentados por mim, além de continuar a defender os quase 1 milhão de habitantes que compõem nossa região”, destacou.

Dos 94 deputados estaduais que integram a Assembleia Legislativa, 34 foram eleitos neste ano pela primeira vez. Na ocasião, eles receberam material informativo, como exemplares da Constituição Federal e da Constituição Estadual, manual do processo legislativo, regimento interno da Assembleia, cartilha de serviços administrativos e o Código de Ética Parlamentar.

FOTO: Roberto Navarro/Alesp

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Bigardi fala de logística e aglomeração urbana em evento do Ciesp Jundiaí

Retomar a coordenação da Frente Parlamentar de Logística e Transporte na Assembleia Legislativa do Estado e dar um desfecho para a criação da Aglomeração Urbana de Jundiaí. Estes foram dois dos principais pontos destacados pelo deputado estadual Pedro Bigardi durante evento realizado na noite de terça-feira (23), na sede do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em Jundiaí.

Para uma plateia formada por diretores do Ciesp, empresários e representantes do poder público municipal, Bigardi lembrou dos desafios que a região de Jundiaí terá para os próximos anos. “A mobilidade urbana, que envolve o trânsito e o transporte, é algo que deve ser discutido com extrema urgência, além dos pedágios que têm onerado muito o setor industrial. A ideia da Frente Parlamentar de Logística, criada por mim na Assembleia, é exatamente esta”, destacou.

“Com o novo mandato, a partir de março do ano que vem, quero retomar este trabalho com os debates e discussões a respeito do tema. Certamente envolverei o Ciesp nesta ação e, tenho certeza, contribuiremos para um projeto de desenvolvimento sustentável em nossa região.”

Em relação à Aglomeração Urbana de Jundiaí – que reuniria outros municípios da região, como Cabreúva, Campo Limpo Paulista, Itupeva, Jarinu, Louveira e Várzea Paulista, dando-lhes maior força nas reivindicações – o deputado ressaltou já ter passado da hora de garantir esta representatividade. “Eu fiz o primeiro projeto em 1988, quando trabalhava na Prefeitura, e a iniciativa está na Assembleia há 16 anos. Não é possível esperar mais.”

O diretor do Ciesp Jundiaí, Vandermir Francesconi Júnior, entregou a Bigardi uma compilação de projetos de lei apresentados na Assembleia Legislativa do Estado que podem contribuir para o desenvolvimento industrial no Estado. “Já tinha conhecimento de alguma destas propostas, que certamente serão analisadas”, ressaltou Bigardi.

Forcis
No início de novembro, o deputado estadual Pedro Bigardi participou de um almoço oferecido pelo Fórum Regional do Comércio, Indústria e Serviços (Forcis). Ele elogiou o trabalho da entidade durante as eleições deste ano com a campanha ‘Eu acredito cada vez mais na região’, que pedia aos eleitores para votarem em candidatos do município.

“Embora mais de 100 mil votos tenham sido dirigidos a candidatos de fora de Jundiaí, senti nas ruas durante a campanha que as pessoas estavam mais compromissadas em eleger representantes daqui. Isso mostra que o trabalho desenvolvido pelo Forcis e outras entidades, como o Voto Consciente e o Cidade Democrática, ajudou muito. Agradeço e coloco meu mandato a disposição de todos vocês.”


Pedro Bigardi e representantes do Forcis, durante almoço

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Acesse o novo site do deputado estadual Pedro Bigardi



O novo site do deputado estadual Pedro Bigardi está no ar e traz muitas informações sobre suas ações realizadas nos 16 meses que esteve à frente do mandato e vai continuar destacando sua atuação a partir da posse de seu novo mandato, em março de 2011.

Acesse: www.pedrobigardi.com.br

sábado, 20 de novembro de 2010

Dia da Consciência Negra: Ativistas comentam estatuto e desafios da luta antirracista



Neste sábado (20) é celebrado o Dia da Consciência Negra, o primeiro depois da aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho deste ano. Apesar de reconhecerem os avanços recentes, líderes do movimento negro afirmam que o próximo governo terá muitos desafios, como a ampliação do ProUni (Programa Universidade para Todos) e a aprovação de novos projetos que visem à igualdade de oportunidades.

Para o fundador da ONG Educafro, frei David Raimundos Santos, a maior conquista da população negra no governo Lula foi o ProUni (Programa Universidade para Todos), criado em 2004. "Em cinco anos, só o ProUni colocou mais negros nas universidades do que os últimos cem anos de Brasil. E nós, negros, temos a consciência de que o que vai provocar a mobilidade social do povo negro é o acesso à educação de qualidade".

Entretanto, ele ressalta que o programa sozinho não é totalmente eficaz. O fundador da Educafro espera que Dilma amplie o projeto e crie uma bolsa para auxiliar os estudantes atendidos pelo ProUni nos gastos de transporte e alimentação.

Leia também: Netinho e outras lideranças comentam Semana da Consciência Negra

"[Dilma precisa] fazer com urgência um plano para que todo aluno que entrou na universidade com bolsa possa ter direito à bolsa permanente [para transporte, alimentação e livros]. Porque muitas pessoas pobres e negras estão entrando na faculdade, mas, por não ter dinheiro [para se manter no curso], estão abandonando. E nós queremos otimizar em 100% o ingresso do negro e pobre na universidade", diz Santos.

Outro desafio para o próximo governo é, na opinião dele, aprovar com mais rapidez os projetos da comunidade negra que tramitam no Congresso. "Existem mais de 15 projetos da comunidade circulando na Câmara e no Senado. Esses projetos todos estão abandonados porque a base governamental não teve prioridade em fazer com que eles fossem votados", critica.

Mulheres negras

Sueli Carneiro, coordenadora executiva do Geledés (grupo de mulheres do movimento negro) afirma que a luta pela igualdade e equidade ao acesso às oportunidades sociais no Brasil é um trabalho permanente e de muita persistência. "A cada ano a consciência da população negra em geral é ampliada e isso pode ser verificado através dos debates nas mídias, escolas e poder público. O 20 de novembro é hoje uma data vibrante que demonstra a importância da construção e consolidação da consciência da sociedade civil negra em geral. É um período de reflexão, ação e intervenção em torno da questão racial", afirma Sueli.

Para ela, o Estatuto da Igualdade Racial (de 20 de julho de 2010), do jeito como foi sancionado, causou frustração, pois deixou de fora temas fundamentais. "Ele deve continuar servindo como um objeto de disputa para que venha a incorporar as demandas da população negra. Costumo dizer que a luta continua e que o estatuto deve ser aperfeiçoado nos próximos anos", opina a coordenadora do Geledés.

Nilza Iraci Silva, também do Geledés, afirma que o principal avanço do governo Lula foi a criação da Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), em março de 2003. Mas ela pondera que a situação está longe de ser a ideal. Nilza destaca que faltam políticas públicas efetivas que beneficiem a população negra.

"O problema é quais são os recursos destinados a essas secretarias, e [quais são] as políticas efetivas implementadas pelos outros ministérios", avalia.

Questionada sobre as expectativas para o próximo governo, Nilza afirma que espera um levantamento detalhado de onde e como vivem os negros e quais são os seus principais problemas. Segundo ela, só com esse levantamento será possível colocar em prática as políticas públicas que os beneficiem.

"É preciso levar a questão social a sério. [...] A gente precisa de indicadores sérios em todas as áreas, educação, saúde, trabalho, que demonstrem o lugar que ocupa essa população no Brasil. Uma vez de posse desses dados, podemos criar políticas efetivas de promoção dessa população", afirma Nilza.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2009, 6,8% dos brasileiros se declaram negros, 43,8% dizem ser pardos e 48,4% se consideram brancos. Outras etnias somam 0,9%, segundo os números da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

Romper com a invisibilidade

Segundo o jornalista responsável e criador da Afropress, Dojival Vieira dos Santos, o objetivo da agência de notícia é romper com a invisibilidade sobre a questão do racismo e contribuir para que o tema da igualdade integre efetivamente a agenda pública. “A abolição não representou para os negros a inclusão. O Brasil é majoritariamente auto-declarado preto e pardo e mesmo assim os negros continuam ocupando as piores posições em todos os indicadores sócio-econômicos”, diz.

Ele cita uma pesquisa divulgada no último dia 11, pelo Instituto Ethos de Responsabilidade Social e pelo Ibope que revela que a proporção de negros no quadro funcional das 500 maiores empresas cresceu apenas 6% entre 2007 e 2009 — subindo de 25,1 para 31,1%. Os números revelam que o maior abismo maior se dá nos cargos de direção. Embora tenham melhorado em 50%: o número de negros no comando das empresas que responderam a pesquisa é de 5,3% contra 3,5% no último levantamento, em 2007.

“Nós ainda somos um país em que a democracia se traduz na falta de acesso ao universo de direitos e da cidadania para a maioria da população – declaradamente negra e parda. A pobreza no Brasil tem cor. Os negros ganham menos, moram mal, não são representados no poder publico e têm expectativa de vida seis anos menor. O Brasil precisa ajustar contas com essa herança maldita para consolidação da democracia”.

Para Dojival, a sanção do Estatuto da Igualdade Racial pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um avanço, mas não deve se limitar apenas a uma declaração de intenção. “Há um risco do estatuto se tornar apenas uma norma programática. Precisamos de um movimento social capaz de demandar, junto ao Estado, a concretização dessas intenções expressas no estatuto. O acesso ao universo de direitos deveria ter sido concretizado na época da Lei Áurea, mas o simples fato de termos o estatuto já significa um avanço”.

Inclusão com informação

O cineasta e doutor em Cultura pela USP, Celso Prudente, explica que existe atualmente no Brasil um processo de consolidação da democracia onde o próprio Estado reconhece a desigualdade racial e passa a promover ações em favor da integração do negro na sociedade brasileira.

“Começamos a desenvolver uma discussão de políticas públicas de ações afirmativas e reparatórias. Dentro dessas ações afirmativas estão contemplados os programas em que o negro passa a se afirmar como um valor africano que foi fundamental para o processo de formação da cultura brasileira. Já as ações reparatórias incluem, por exemplo, as cotas raciais no ensino e no serviço público. Não haverá democracia no Brasil, enquanto o negro não estiver integrado”.

Prudente fala ainda da necessidade da inclusão dos negros no processo de informação do país, que assumiu um papel fundamental nas últimas décadas. “Não estamos inseridos de uma maneira justa nos meios de comunicação de massa. Numa sociedade da informação a imagem tem mais poder do que a escrita. É necessário que os setores mais avançados da sociedade desenvolvam uma ampla campanha pela participação dos negros nos meios de comunicação e televisões públicas. É um absurdo que o negro pague imposto e não se identifique com a programação das TVs públicas”.

Ainda de acordo com o cineasta, o Estatuto da Igualdade Racial é uma conquista como instrumento político. “Ele saiu de uma discussão que o governo abriu com a sociedade para se pensar a questão dos direitos raciais. Por si só, ele já é uma conquista”.

Estatuto precisa de regulamentação

Segundo o chefe da assessoria parlamentar da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Benedito Cintra, o Estatuto da Igualdade Racial cria direitos, mas ainda necessita ser regulamentado. “O estatuto tem o caráter programático e precisa de leis, decretos e portarias para materializar esses direitos. Ele é uma peça complexa e ao entrar no ordenamento jurídico precisará dialogar ainda mais com a Constituição, outras leis e códigos. O processo é um pouco longo. Ele precisa de uma regulamentação que vá lidando com as novas realidades”.

Para Cintra, o processo de regulamentação do estatuto precisa da participação dos movimentos sociais ligados às questões raciais do Brasil. “Como vivemos em um processo democrático, é essencial que os beneficiários atuem na regulamentação. O mais provável é que esse processo se inicie de forma mais ampla durante o governo da presidente eleita, Dilma Rousseff”.

“Temos um Plano Nacional da Igualdade Racial em construção, temos o estatuto que vai abrir possibilidades para novas leis, decretos e materializar situações -- nesse aspecto o Brasil é referência no mundo. O Brasil hoje é ouvido nesta questão de luta pela igualdade. Não podemos em uma ou duas décadas reparar um processo de desigualdade que tem mais de 500 anos. O estatuto não é um bem apenas da população negra, mas de toda a sociedade brasileira”, opina Cintra.

Ativismo no Congresso Nacional

O deputado federal Evandro Milhomen (PCdoB-AP) é um dos parlamentares mais ativos na questão racial no Congresso Nacional. Para ele, a semana da Consciência Negra é um momento que aproveitamos para lembrar e celebrar a luta contra a discriminação, de retratar a memória histórica do que originou a desigualdade racial e a natureza desse preconceito." Hoje temos uma bancada na Câmara que pensa de forma positiva sobre todas as necessidades e direitos dos negros. Estamos firmes para trabalhar que o negro seja visto na sociedade de forma íntegra e capaz de gerar progresso à sociedade", afirma.

Ele concorda que uma das grandes conquistas que mostram essa evolução é o Estatuto da Igualdade Racial.

"Na próxima legislatura, continuaremos a provocar este debate, que é um instrumento importante para as políticas públicas de igualdade racial, assim como o reconhecimento das comunidades quilombolas, a promoção do trabalho, acesso à moradia adequada e muitos outros pontos que garantem os direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico e social", diz Milhomen.

Segundo ele, "apesar de não termos conquistado tudo, é uma luta que não pode parar. São mais de 100 anos de luta pelo reconhecimento da participação do negro na história do país".

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Em artigo, Bigardi lamenta falta de diálogo da Prefeitura do PSDB com a população jundiaiense

“Em qualquer governo minimamente democrático, os cidadãos opinam sobre o seu futuro e o de sua cidade. Aqui, não. Em governos cinzentos e obscuros, os interesses da maioria nem sempre são respeitados”. Assim o deputado estadual Pedro Bigardi se posicionou contrariamente ao modo como a Prefeitura de Jundiaí trata os assuntos relacionados a obras e desapropriações de imóveis no município.

A crítica ao modelo de governo adotado há anos pelo PSDB na cidade foi feita por meio de um artigo, publicado sábado (6) no jornal Bom Dia. Nele, Bigardi critica o desprezo do poder público local em relação à falta de diálogo com a população e cita como exemplo o temor de moradores da Vila Argos, que não querem deixar suas casas por conta de obras a serem realizadas pela administração municipal naquela região.

Leia, na íntegra, a opinião do deputado estadual Pedro Bigardi a respeito do assunto:

Vila Argos e o histórico desdém da Prefeitura

- por Pedro Bigardi*

Acompanho com interesse o debate sobre o futuro da Vila Argos, assunto este evidenciado pelo jornal Bom Dia há pouco tempo. O motivo está relacionado com as questões urbanísticas que envolvem o local - até porque a preservação ou revitalização de uma vila operária e de suas raízes históricas no município é algo que precisa ser considerado.

Um parque linear ao longo do Rio Guapeva, reconstituindo parte da mata ciliar, também é um fato relevante, especialmente em tempos ‘modernos’ onde as vegetações ciliares dão lugar aos gabiões (caixas de pedra), concretos e outras formas de canalização de rios. Se não bastassem estas questões citadas, há ainda um desejo pessoal de ver toda a área que envolve a Ponte Torta ganhando vida e beleza. É triste ver esta região onde passei minha vida com ares de abandono e desprezo por parte da Prefeitura de Jundiaí.

Mas o que mais me intriga nesta discussão sobre a Vila Argos é o fenômeno que ocorre em todas as ações da Prefeitura: os projetos são elaborados à margem dos interesses da própria comunidade, como se a indenização dos imóveis desapropriados fosse a única relação possível de ser estabelecida entre o poder público municipal e o cidadão. É muito pouco.

Em recente reunião com os moradores daquela região, a Prefeitura informou que apenas existem estudos sem qualquer definição do que será feito no local e, por consequência, quem será atingido pelas desapropriações.

Ora! Em qualquer governo minimamente democrático, os cidadãos opinam sobre o seu futuro e o de sua cidade. Aqui, não. Em governos cinzentos e obscuros, os interesses da maioria nem sempre são respeitados.

As pessoas têm o direito de participar da elaboração dos projetos ou, no mínimo, ter conhecimento deles para opinar contra ou a favor. Em uma recente entrevista, o prefeito disse que gostaria de uma cidade “com menos prédios e mais parques”. Todos nós queremos participar deste processo de elaboração, senão apenas os interesses de alguns falarão mais alto.

*Pedro Bigardi é engenheiro civil, professor de planejamento ambiental e deputado estadual

sábado, 6 de novembro de 2010

Renato Rabelo: A maior vitória do povo brasileiro em 2010

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Durante reunião da Comissão Política Nacional do PCdoB realizada nesta sexta-feira (5) em São Paulo, o presidente do partido, Renato Rabelo, fez uma intervenção na abertura dos trabalhos em que descreve o cenário político atual com ênfase na eleição de Dilma Rousseff, na transição de governo e nas necessidades mais urgentes da próxima administração. O dirigente assegurou – o que depois foi ratificado pela CPN – que o partido se empenhará pelo êxito do novo governo. Confira íntegra a seguir.



A vitória de Dilma Rousseff – que alcançou 56,05% dos votos válidos nas eleições de 31 de outubro – tem sentido estratégico, avança no caminho traçado pelo programa do Partido Comunista do Brasil. Se houvesse uma derrota eleitoral agora, truncaria nosso avanço no sentido do objetivo maior programático. É a maior vitória política do povo brasileiro no grande embate eleitoral de 2010. Dilma é eleita com a segunda maior votação da história política brasileira, sendo a primeira mulher a ser eleita presidente da República.

Trata-se de um feito histórico inédito porque é a terceira vitória consecutiva de forças avançadas do país. O ciclo aberto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 permitiu às forças democráticas, progressistas e de esquerda atingir o poder central. Jamais se tinha alcançado até aqui a execução de um programa que combinasse soberania nacional, desenvolvimento econômico, distribuição de renda, inclusão social dos deserdados e liberdades políticas.

Esta vitória repercutiu além-mar, em outros continentes, reforçando o papel alcançado pelo Brasil de nação respeitada no mundo e estimulando a nova situação política vivida na América Latina, a partir da formação de governos soberanos, democráticos e populares.

A campanha de Dilma Rousseff teve de enfrentar uma campanha feroz e odienta. A mais feroz e intensa oposição, considerando os poderosos meios de comunicação envolvidos e a conformação de santa união de forças conservadoras, retrogradas e obscurantistas, que agiram desbragadamente para barrar o êxito eleitoral da campanha de Dilma.

O presidente Lula foi o grande artífice da vitória alcançada. O grande lastro para o impulso e ampliação da campanha de Dilma foi a compreensão da maioria da nação de que era preciso a continuidade do governo Lula. A aprovação do seu governo já tinha atingido o extraordinário patamar de 83% de apoio da população nas pesquisas de opinião.

A campanha de Dilma posta em movimento partia da justa orientação de colocar a disputa política de 2010 nos moldes de um “plebiscito”. Ou seja, aprovar ou não o governo Lula, contrastar o programa aplicado por Lula em relação ao precedente executado por FHC. A candidata Dilma apresentada pelo presidente Lula, e pessoa protagonista do seu governo, era exposta pelo presidente como a expressão maior e garantia da continuidade do seu governo sem ele. Logo surgiram assertivas as mais variadas, fazendo esforços para demonstrar que era impossível a transferência de votos de Lula para sua candidata.

É evidente que o conjunto das forças de oposição, nos seus diversos moldes, procurou agir para inviabilizar a linha plebiscitária do pleito, despolitizando-o, tentando recolocar o centro do embate na comparação de currículos, e na experiência da capacidade gestora. E mais adiante inflando uma terceira candidatura, almejando certa tri-polarização.



Refletindo essa tentativa de despolarização política, José Serra foi incapaz de se opor ao governo Lula e escondeu o período de oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso. Ele procurou se apresentar como o mais bem preparado, por sua experiência de governo, para dar continuidade ao pós-Lula. Lula era reconhecido por ele como um mito acima das injunções políticas. A maioria do povo não se seduziu por sua artimanha. A aparição de Lula nos programas de rádio e TV apresentando e justificando sua escolha fez a candidatura Dilma ter ampla aceitação, refletindo forte ascenso nas pesquisas de opinião.

A candidatura Serra se perdeu não encontrando sua identidade: viveu o dilema de ser continuidade ou oposição. Um sistema de oposição – oposição política, midiática e de elites dominantes conservadoras – se consumou neste embate da eleição presidencial de 2010. Diante da iminência do revés, esse sistema procurou açodadamente projetar a candidatura de Marina e pelo modo da má fé desqualificar e satanizar a imagem da candidata Dilma Rousseff. Montaram vasto esquema de campanha subterrânea desde a Internet, a produção massiva de panfletos apócrifos e uma extensa rede de telemarketing nos estados.

Nessa nova fase de campanha, que compreendeu o final do primeiro turno, nosso comando da campanha de Dilma adotou uma postura olímpica e burocrática. Assumiu uma concepção ilusória de que a eleição já estava decidida a nosso favor no primeiro turno. Distanciou-se assim do curso concreto da campanha. Não percebeu que o ataque aberto e subterrâneo à idoneidade de nossa candidata levava a uma transferência da perda de votos da nossa candidata para Marina. Ficamos fixos na posição de que a candidatura Serra mantinha-se estagnada e de que Marina não ultrapassaria mais de 12% percentuais, restando a ilusão de que o pleito se finalizaria no primeiro turno.

A existência do segundo turno na eleição presidencial, apesar da importante vitória que colhemos no primeiro turno, deixou a pecha e a consciência de que fomos derrotados. Era possível vencer no primeiro turno? Sim. Em carta dirigida a Dilma e Lula afirmei que a ilusão nos traiu nos afastando do curso real do embate, apontando a responsabilidade da Coordenação da Campanha (Fiz duas cartas a eles endereçadas e um artigo para divulgação pública, “Abaixo as Ilusões”). O adversário batido festejou a “vitória”. Reascendeu a esperança perdida nos meios oposicionistas.

O forte choque inesperado do percurso eleitoral levou a se encarar a realidade objetivamente. Buscou-se uma convergência em dois sentidos: politizar a campanha, agora facilitada pela polarização objetiva do segundo turno (semelhante o acontecido no segundo turno de 2006); mobilizar todas as forças políticas possíveis, lideranças dos diversos setores da vida nacional, movimentos sociais, militância em todo país.

As forças oposicionistas retemperadas com uma nova esperança procuraram se armar utilizando todos os meios para decidir a batalha a seu favor. Atacaram em todas as frentes: na área política tentaram dizer que era a candidatura Serra que tinha estatura capaz de unir o Brasil, acima das injunções partidárias; na área social, ofereceram bônus sociais para o salário mínimo, aposentados e aos que recebem a Bolsa Família; na esfera moral, traficando com valores que invocasse preconceitos contra a trajetória, posições e a vida pessoal da candidata Dilma Rousseff. Procuravam assim, corresponder a todos os setores sociais, buscando apoio nas camadas populares e médias.
As batalhas do segundo turno não se resumiram na polarização entre dois projetos que foram sendo explicitados. Foi além. O fragor do embate acabou delineando dois campos políticos e ideológicos em curso. A candidatura de Serra tornou-se o escoadouro da política, conceitos e valores de setores atrasados e obscurantistas, de correntes de extrema-direita que aparentemente estavam fora de ação. E de compromissos com as camadas conservadoras de São Paulo.

Vencemos a batalha decisiva de 31 de outubro. Vencemos porque tem sido forte e amplo o anseio de continuidade e vasto o prestígio da liderança de Lula; porque foram reafirmadas as diferenças de programa e que a candidata de Lula é realmente mais confiável para a continuidade e avanços; a candidatura Dilma foi se impondo para a maioria dos eleitores; amplas forças políticas e sociais favoráveis à candidatura Dilma, antes adormecidas, entraram em movimento.

Nosso Partido desde o início dedicou-se completamente à vitória de Dilma. Contribuiu na construção da aliança de partidos e movimentos sociais que respaldou a candidata, apresentou ideias programáticas e opiniões sobre a condução política da jornada, indicou quadros para a coordenação da campanha e, por todo o país, seus candidatos e militantes abraçaram com entusiasmo a bandeira de Dilma. Do mesmo modo, batalhou pela vitória de seus demais aliados aos governos estaduais e ao Senado. Catorze governadores e 28 senadores eleitos tiveram o apoio decidido dos comunistas.
Serra sai menor da campanha, como bem afirmou Lula. A oposição derrotada é desnudada de suas contradições. A sua recomposição será difícil porque é profundo o vinco de sua divisão. A luta pela predominância de novas lideranças da oposição já está em marcha. Eles terão que enfrentar agora uma maior e mais definida base governamental de uma sucessão vitoriosa, podendo sofrer maiores divisões.

Conquistada a vitória de sentido histórico, estamos agora diante da construção da transição e do que deverá ser o novo governo. Este desafio é ainda maior porquanto tem que seguir adiante nas conquistas alcançadas pelos dois governos de Lula. Para avançar, o novo governo já está sujeito a pressões e contrapressões de toda ordem. Tem limites no tempo e nas condições existentes o lema de que “todos ganham”. São inevitáveis os momentos dos grandes embates políticos e sociais que levam às mudanças profundas, as quais não sendo realizadas voltam-se ao pior retrocesso. O fiel da balança tem que pender para o lado da maioria da nação e das grandes parcelas majoritárias dos que trabalham e produzem.

O PCdoB participará da transição ao novo governo. Neste processo, o Partido vai primeiro enfatizar a necessidade de dar nitidez ao projeto que serviu de base para sua vitória, definindo um programa imediato de governo que compreenda as prioridades a serem enfrentadas. Segundo, devemos nos empenhar na estabilidade da aliança ampla que permita a governabilidade. Mas, dada a sua heterogeneidade, deveremos trabalhar pela construção de um bloco de forças de esquerda e progressistas com a finalidade de formar um pólo político consequente, a fim de garantir o rumo do programa e o êxito da política que envolva todas as esferas do governo.

As questões candentes que devemos discutir na transição para o novo governo, podendo apresentar ideias e propostas imediatas para condução do governo eleito, são:

- Posição diante da necessidade de “corte de gastos”;
-“Guerra cambial”- liquidez internacional sem limites, impressão desbragada de papel-moeda pelos EUA;
- A resolução no Congresso da proposta do governo sobre o pré-sal;
- Garantia do aumento real do salário mínimo em 2011;
- Mais investimentos para a saúde

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