O parlamentar falou sobre as riquezas da Serra como sua fauna e flora, e a sua contribuição para o clima da região. “A Serra do Japi possui espécies raras de animais e uma riqueza natural deslumbrante”.
Única floresta tropical no mundo sob o solo de quartizito faz da Serra do Japi uma área muito frágil. “O solo de quartizito é muito frágil e de difícil regeneração, as queimadas na Serra e o uso irregular do solo podem comprometer seriamente esse patrimônio ambiental”, explicou o parlamentar.
Bigardi apresentou o Plano de Manejo da Serra do Japi, onde foram apontados alguns riscos para a Serra, como a pressão imobiliária, crescimento dos bairros existentes, chácaras de lazer, hotel fazenda, bares e restaurantes, expansão industrial. “O estudo alerta sobre essas atividades realizadas na área de amortecimento da Serra do Japi e a necessidade de medidas para conter essa pressão que avança em direção à Serra”, ressaltou.
Com a ajuda de um mapa, o deputado mostrou aos alunos os riscos para a Serra do Japi. “Na área tombada pelo Condephat também podemos ver empreendimentos imobiliários que chegam muito perto à reserva biológica, área de proteção máxima da Serra”.
De acordo com o parlamentar, essa expansão cada vez mais acentuada em direção à Serra do Japi está afetando diretamente sua fauna e flora, ele falou sobre o caso da onça Anhanguera morta na rodovia Bandeirantes. “Os biólogos atestam que esses animais fogem da Serra devido à ‘invasão’ realizada pelo homem como construção de muros, cercas, uso do solo para rallys e outras atividades. Em muitos casos o nível de stress é tão grande desses animais que não se adaptam mais a mata, e em muitos casos morrem”.
Soluções de preservação
O estudo Biota/Fapesp realizado no Estado de São Paulo com mais de 150 pesquisadores aponta a Serra do Japi como prioridade máxima à sua preservação. “O estudo aponta a necessidade de medidas urgentes para preservar a Serra do Japi, ele aponta a necessidade de transformar a Serra em unidade de conservação máxima”.
Segundo o deputado Bigardi, o seu projeto de lei de criação do Parque Estadual da Serra do Japi vai ao encontro desse estudo. “A área delimitada para a criação do parque é justamente a área tombada da Serra, caso aprovado, toda essa área seria desapropriada e pertenceria ao estado que em conjunto com as cidades garantiria sua proteção máxima”.
No estado são 29 parques estaduais criados, os parques surgiram da necessidade de garantir a preservação ao meio ambiente em um estado em franco crescimento, com é o de São Paulo. “Como podemos verificar no mapa os parques permitiram um equilíbrio entre o desenvolvimento e o meio ambiente”, afirmou o parlamentar.
A questão de visitas a Serra do Japi dominou os intervenções realizadas pelos presentes. Uma aluna se mostrou indignada pelo fato dos moradores da cidade não terem acesso à Serra do Japi, enquanto os moradores dos condomínios localizados na Serra terem livre acesso.
O deputado defende a visitação pública à Serra de maneira monitorada. "Por meio do Parque Estadual é possível delimitar algumas áreas de visitação na Serra, a população precisa conhecer esse patrimônio ambiental".
O crescimento acelerado da cidade foi apontado pela aluna Jéssica Mancussu como uma das grandes ameaças à Serra do Japi. “Jundiaí está deixando de ser uma cidade do interior, onde tinha no meio ambiente sua maior riqueza e virando cidade de condomínios”, falou.
Jéssica parabenizou o deputado pela palestra. “O tema foi muito bem abordado pelo deputado, a Serra do Japi é a parte mais importante da cidade, então precisa ser preservada, por isso é importante à participação de todos nessa discussão”, afirmou a estudante de segurança do trabalho Jéssica.
Mesma opinião compartilhada pela engenheira química Carina Cândido Soares. “Achei muito interessante a palestra e a preocupação de todos os presentes com a preservação da Serra do Japi”.
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